24 março 2011

Solenidade da Anunciação do Senhor

Caros(as) catequistas de nossa Arquidiocese.


Neste dia 25 de março, a Igreja nos propõe celebrarmos com solenidade a Encarnação do Senhor no ventre de Maria Santíssima.
Como forma de meditação para este dia, propomos a segunda leitura do Ofício de Leituras. 


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Reze com este texto.



Das Cartas de São Leão Magno, papa.


A humildade foi assumida pela majestade, a fraqueza, pela força, a mortalidade, pela
eternidade. Para saldar a dívida de nossa condição humana, a natureza impassível uniu-se à
natureza passível. Deste modo, como convinha à nossa recuperação, o único mediador entre
Deus e os homens, o homem Jesus Cristo, podia submeter-se à morte através de sua natureza
humana e permanecer imune em sua natureza divina.

Por conseguinte, numa natureza perfeita e integral de verdadeiro homem, nasceu o verdadeiro
Deus, perfeito na sua divindade, perfeito na nossa humanidade. Por “nossa humanidade”
queremos significar a natureza que o Criador desde o início formou em nós, e que assumiu para renová-la.
Mas daquelas coisas que o Sedutor trouxe, e o homem enganado aceitou, não há nenhum
vestígio no Salvador; nem pelo fato de se ter irmanado na comunhão da fragilidade humana,
tornou-se participante dos nossos delitos.
Assumiu a condição de escravo, sem mancha de pecado, engrandecendo o humano, sem
diminuir o divino. Porque o aniquilamento, pelo qual o invisível se tornou visível, e o Criador
de tudo quis ser um dos mortais, foi uma condescendência da sua misericórdia, não uma falha
do seu poder. Por conseguinte, aquele que, na sua condição divina se fez homem, assumindo a
condição de escravo, se fez homem.

Entrou, portanto, o Filho de Deus neste mundo tão pequeno, descendo do trono celeste, mas
sem deixar a glória do Pai; é gerado e nasce de modo totalmente novo. De modo novo porque,
sendo invisível em si mesmo, torna-se visível como nós; incompreensível, quis ser
compreendido;existindo antes dos tempos, começou a existir no tempo. O Senhor do universo
assume a condição de escravo, envolvendo em sombra a imensidão de sua majestade; o Deus
impassível não recusou ser homem passível, o imortal submeteu-se às leis da morte.

 Aquele que é verdadeiro Deus, é também verdadeiro homem; e nesta unidade nada há de falso,
porque nele é perfeita respectivamente tanto a humanidade do homem como a grandeza de Deus.

Nem Deus sofre mudança com esta condescendência da sua misericórdia nem o homem é
destruído com sua elevação a tão alta dignidade. Cada natureza realiza, em comunhão com a
outra, aquilo que lhe é próprio: o Verbo realiza o que é próprio do Verbo, e a carne realiza o
que é próprio da carne.

A natureza divina resplandece nos milagres, a humana, sucumbe aos sofrimentos. E como o
Verbo não renuncia à igualdade da glória do Pai, também a carne não deixa a natureza de nossa raça.

É um só e o mesmo – não nos cansaremos de repetir – verdadeiro Filho de Deus e verdadeiro
Filho do homem. É Deus, porque no princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus: e o
Verbo era Deus. É homem, porque o Verbo se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,1.14).

 
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