15 setembro 2011

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Abaixo, veja um gráfico dos acessos do período de 14 de agosto a 14 de setembro: 






METODOLOGIA DA CATEQUESE BATISMAL


POR THIAGO DE OLIVEIRA RAYMUNDO

SEMINARISTA DO 2º ANO DE TEOLOGIA 
SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO DE POUSO ALEGRE
COLABORA, ATUALMENTE, COM A PASTORAL DO BATISMO NA ARQUIDIOCESE


A Pastoral do Batismo de crianças e de adultos está inserida no conjunto das três etapas da iniciação cristã, na qual os seus agentes são verdadeiros catequistas que participam do único processo de educação da fé, que envolve também a Confirmação e a Eucaristia. A preparação para o Batismo precisa ser mais vivencial e educativa do que intelectual e instrutiva e deve ocorrer através de encontros de reflexão, diálogo, oração e celebração.
O Documento de Aparecida faz um convite especial para que todos sejamos discípulos e missionários. Acentua a importância da catequese como um itinerário de formação permanente e integral, não se limitando somente a momentos prévios aos sacramentos. A Pastoral do Batismo é um campo próprio para a Igreja se aproximar do desafio da evangelização. Motivados pela busca dos sacramentos, pais e padrinhos podem ouvir o primeiro anúncio da Fé, serem acolhidos na comunidade e sentirem o testemunho sincero dos catequistas.
A Pastoral do Batismo ultrapassa os objetivos de uma preparação sacramental, situando o batismo num contexto mais amplo de educação da fé, fazendo da iniciação cristã de crianças e adultos uma oportunidade para rever a iniciação de familiares e padrinhos, propondo um caminho de esperança para aqueles que não participam da comunidade e ainda não receberam os sacramentos da iniciação cristã. Deste modo, volta-se a atenção para os adultos e especialmente para as famílias.
A metodologia da catequese batismal de crianças tem como objetivo colocar os pais e padrinhos em contato com cristãos que se esforçam para viver o Evangelho. Deve-se fazer todo esforço possível para que haja, conforme cada realidade e situação familiar, um momento especial do primeiro anúncio da fé; o testemunho dos catequistas; o compromisso de educação da criança na fé dos pais e padrinhos, isto é, da Igreja. Com os adultos, deve haver um processo de iniciação mais eficaz e contundente com a faixa etária correspondente. Para tal, leva-se em consideração que esta preparação deve se dar em etapas de conversão, catequese, profissão de fé e iniciação comunitária do adulto. O que orienta esta prática é o Ritual de Iniciação Cristã de Adultos, ainda pouco utilizado em nossas comunidades.
Em seus passos metodológicos, a Catequese Batismal deve priorizar: a oração e a gratidão, agradecendo a Deus pelo dom da vida; o conhecimento e a vivência da fé cristã; o fortalecimento de laços de relacionamento entre as famílias e a comunidade; reanimar e intensificar a fé de pais e padrinhos; e preparar, sem deixar de olhar a realidade, as famílias para o sacramento do Batismo. Tudo isto também é evangelização e missionariedade.
No atual subsídio da Catequese Batismal, há duas opções de encontros para serem usadas na preparação das famílias. A primeira opção é direcionada para famílias com recente
participação comunitária, que possuem a necessidade de uma preparação mais doutrinal e sistemática. A segunda opção é destinada a famílias com longa caminhada comunitária e se baseia em encontros mais celebrativos e bíblicos. Cada catequista pode incrementar as opções conforme a sua criatividade e a necessidade de cada família. Usar dinâmicas e incentivar a partilha de experiências de vida, de acordo com o tema de cada encontro, são recursos sempre bem vindos. O importante é que não se misturem os encontros das duas opções durante o mesmo período de preparação de uma determinada família. Levar, pois, em consideração os três temas propostos em cada opção e realizá-los durante uma mesma preparação. Além disso, há ainda a possibilidade, antes do sacramento, isto é, num quarto encontro, de se realizar um encontro celebrativo, reunindo grupos de famílias preparadas durante um período para partilharem aquilo que foi ecoado em seu meio ao longo dos outros três encontros.
Tudo isto se configura como uma proposta assumida pela Arquidiocese e que ao longo dos últimos anos vem sendo aprimorada com a colaboração de vários catequistas e da Equipe de Assessoria Arquidiocesana. Porém, orientações particulares de cada paróquia e para casos especiais devem ser levadas em consideração, pois os catequistas devem trabalhar em conjunto e união com padres e coordenadores.
Além disso, algo que não pode faltar na Catequese Batismal é o relacionamento de catequistas, pais e padrinhos, pois isso é uma forma também de anunciar e viver a Fé. Por isso, não podem faltar a acolhida e a aceitação cordial, como expressões de um Evangelho vivo.
Enfim, os catequistas, no que diz respeito a metodologia, devem ter uma ideia clara quanto aos objetivos de cada encontro proposto; uma boa formação bíblica, especialmente das passagens bíblicas utilizadas nos encontros; formação doutrinal; capacidade de escuta atenta da realidade concreta das famílias; diálogo e partilha sobre o tema de cada reunião. Em conjunto, os catequistas de cada paróquia ou comunidade devem se reunir com frequência para momentos de formação, troca de ideias, solução de dúvidas, avaliação e apresentação de orientações gerais. A presença do catequista no momento da celebração do Batismo também é muito importante. Portanto, a boa vontade dos catequistas e a qualidade da preparação catequética que eles possuem, contando também com a ação de Deus, garantirão um bom desempenho dos encontros.

Ecos da Palavra


Por THIAGO DE OLIVEIRA RAYMUNDO
SEMINARISTA DO 2º ANO DE TEOLOGIA 
SEMINÁRIO ARQUIDIOCESANO DE POUSO ALEGRE


A Bíblia é Palavra de Deus inspirada e registrada em linguagem humana, a partir da ação do Espírito Santo e da colaboração de homens e mulheres que nos precederam na Fé. É a partir da Sagrada Escritura que Deus também se revela. Além disso, é nela que se encontram as experiências que muitos, os nossos primeiros Pais e Mães e as primeiras comunidades cristãs, fizeram d'Aquele que É entre nós (Ex 3,14), que libertou, conduziu e salvou seu povo eleito. No presente, a Igreja busca viver os ecos da Palavra.
  P
ermanente. A Palavra de Deus é o Verbo presente na Criação, feito Homem e Redentor da humanidade. É também mensagem do Pai comunicada pelo Espírito através do Filho e de muitas pessoas que fizeram experiência de Deus ao longo de muitos séculos. Por via oral e escrita, muitos se iluminaram por esta Palavra e, até o hoje da História do Povo de Deus, ela é a orientação daqueles que seguem o Cristo. Por isso, esta Boa Notícia do Reino é permanente, antiga e, sempre, nova. "Fostes regenerados, não de uma semente corruptível, mas incorruptível, mediante a Palavra viva de Deus, a qual permanece para sempre" (1Pd 1,23).
   A
nunciada. Profetas, o Verbo encarnado e os primeiros cristãos anunciaram a mensagem divina do Alto. Com o passar do tempo, a Bíblia constituiu-se como anúncio de Deus. É, pois, o fundamento da fé cristã, que necessita ser também anunciado para que todos possam ter Vida em abundância (Jo 10,10). Se não houver quem anuncie a Palavra de Deus, quem a pregue e a viva, quem poderá conhecê-la? A Palavra do Senhor deve continuar o seu caminho e ser glorificada (2Tes 3,1).
  L
itúrgica. A Palavra também é celebrada no sagrado serviço realizado por uma comunidade para o louvor de Deus e a santificação do povo. A prática litúrgica toma seu significado da Sagrada Escritura (Sacrosanctum Concilium 24). Esta proporciona a memória da fé, requisito imprescindível para que haja uma boa liturgia e fiéis comprometidos com o culto e com sua vivência no transcorrer do cotidiano. Ela recorda, traz sempre ao coração do cristão, a mensagem de Deus e os fatos que marcaram o seu povo. Ela exorta, orienta a vida da comunidade, segundo um projeto divino de vida sempre integral, livre e humano.
  A
nimada. O Espírito é quem iluminou o registro dos textos da Sagrada Escritura (Dei Verbum 11). Por isso, há inspiração divina em toda a Bíblia. Em suas páginas, é possível encontrar Deus, guarda e sombra dos homens (Sl 121,5). Ela ilumina a vida de seus leitores, mostrando a pedagogia divina (Dei Verbum 15). Comunica o Espírito àqueles que a ela acorrem, sedentos de Vida e com ânsia do Amor, que preenche os vazios humanos e salva.
  V
ivida. A Palavra de Deus relata a vida das pessoas que experimentaram a presença viva de Deus em seu meio, em sua história. Estas experiências iluminam a vida daqueles que se deixam guiar por elas. Nada melhor do que ler o texto sagrado a partir da vida presente e da fé da Igreja. A Vida é, pois, uma das portas de entrada para o mundo da Bíblia. É sempre oportuno encontrar elementos semelhantes entre o presente do leitor e o passado do autor sagrado e dos personagens bíblicos. "A Palavra de Deus é viva, eficaz e mais penetrante do que qualquer espada (...). Não há criatura oculta à sua presença" (Hb 4,12-13).
  R
evelada. Deus se nos revela (Dei Verbum 2). Esta é a sua vontade totalmente livre e amorosa, que proporciona ao ser humano conhecê-lo à medida que se manifesta. Esta revelação dá-se de muitas formas e, dentre elas, na Sagrada Escritura. Nesta, Deus "nos dá a conhecer o mistério da sua vontade, conforme decisão prévia que lhe aprouve tomar para levar o tempo à sua plenitude" (Ef 1,9-10a). Este é, pois, o plano divino da Salvação.
  A
nagógica. O futuro da glória em Deus: esta é a esperança de todo cristão, alimentada através da Palavra e da sua perspectiva escatológica. A Sagrada Escritura também nos aponta o cumprimento da promessa divina da volta do Filho do Homem (Mt 25,31) e quando Deus será tudo em todos (1Cor 15,28). É mensagem de conforto diante das desesperanças humanas, pois a esperança que ela revela jamais decepciona (Rm 5,5). Está voltada para os últimos fins, compreender isto é importante para que haja uma interpretação mais completa do texto sagrado. Para o Povo de Deus, a Palavra é instrumento que guia todas as nações na caminhada em direção à Luz (Ap 21,24) e para o tempo de restauração de todas as coisas (Lumen Gentium 48).
            Que estes ecos da Palavra reverberem sempre na Igreja para que esta possa fazer da Escritura lâmpada para os pés, luz para o caminho, herança para sempre e alegria para o coração (Sl 119,105.111).



09 setembro 2011

A LEITURA DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS - "A LEITURA DAS ESCRITURAS À ÉPOCA DO ANTIGO TESTAMENTO"


POR EDPO CAMPOS, LEANDRO RIBEIRO, LUCAS CRISPIM, MARCOS CALIARI

ALUNOS DO 6º PERÍODO DO CURSO DE TEOLOGIA DA FACULDADE CATÓLICA DE POUSO ALEGRE




INTRODUÇÃO



O texto elaborado tem por objetivo apresentar a leitura da Bíblia ao longo dos séculos, desde o Antigo Testamento até o ano 500 d.E.C. Ao tratar das Sagradas Escrituras será possível notar que nós não fomos os primeiros a lê-la. Antes de nós milhões de pessoas já a leram, e ao longo dos tempos foram surgindo vários métodos de leitura. É necessário assim aprender com os acertos e com as falhas do passado.
            A Bíblia não surgiu da noite para o dia, mas foi fruto de uma longa e bonita caminhada, a qual foi sendo construída aos poucos. Desde os primórdios da história de Israel, o povo tinha o costume de conservar e valorizar as tradições e a cultura. No início, a transmissão dos fatos e tradições era feita pela tradição oral, de geração em geração. Essas tradições que foram escritas e deram origem ao Antigo Testamento, preparando a chegada de Jesus Cristo e o que seria experimentado pelo povo que com Ele conviveu ou pelas comunidades que lhe sucederam. 
            Após a morte e ressurreição, os discípulos e as primeiras comunidades, releram as Escrituras e nela encontraram Jesus Cristo como referência de toda Lei e Profecias. Entretanto, Jesus não escreveu nada, mas a experiência que os discípulos tiveram com Ele, originou o Novo Testamento. Foi uma releitura de tudo aquilo que os profetas anunciaram no caso, a vinda do Messias.
Ao longo deste trabalho teremos a oportunidade de compreender as experiências que diferentes grupos fizeram da Bíblia, numa tentativa de trazer até nós as melhores maneiras de acolher esta mensagem tão antiga e tão nova, procurando atualizar tal mensagem no momento em que estamos situados.   


OLHANDO E APRENDENDO


            A Bíblia como todos sabemos é um livro que tem uma longa trajetória de confecção, e sendo assim muitos leram tal escrito muito antes de nós. Muitos assim como até hoje buscaram o verdadeiro sentido das escrituras, tal mérito não é dos modernos, pois muitos métodos foram sendo criados ao longo da história. Claro que assim como os homens de hoje, os de outrora cometeram erros e acertos. Só lemos a Bíblia hoje, porque antes de nós houveram pessoas dispostas a se debruçar por sobre o livro sagrado! A Bíblia é fruto da grande comunhão entre Deus e os homens. Nela encontramos a Palavra de Deus transmitida para todos nós pela vida e pela palavra de milhares de homens e mulheres que viveram diversas alegrias e tristezas – construindo assim a história do povo de Deus (Rosa, 2010, p. 9). Sendo assim devemos sempre mostrar a importância de uma interpretação correta, bem como de suas implicações (Zuch, 1994, p. 31-32).

Nenhum livro no mundo é lido tanto quanto a Bíblia. A Bíblia é o livro dos livros. Os judeus vêem nos livros bíblicos do Antigo Testamento a palavra que Deus falou só para eles. Os cristãos compartilham com os judeus o Antigo Testamento. Nele, escutam a Palavra de Deus, que também para eles tem valor permanente. Mas os cristãos lêem também o Novo Testamento, em que lhes são transmitidos os quatro evangelhos, várias epístolas dos apóstolos e de outros autores bíblicos. Para eles, chega ao cumprimento e aperfeiçoamento o Antigo Testamento, através de Jesus Cristo. (...) Os cristãos lêem a Escritura para sentirem consolo na fraqueza e na falta de orientação, na escuridão e abatimento. (...) A Bíblia é mais do que a palavra humana. É a Palavra de Deus, mas esta não cai do céu. Ela é escutada por homens que traduzem em palavras suas experiências com Deus (Grün, 2008, p. 9-10)
           
Deve-se ter fidelidade ao que nos precedeu, mas não estagnação, é necessário sempre redescobrir com a ajuda de nossas experiências. Sendo assim o presente trabalho tem por objetivo olhar para o passado e ver como este nos ajuda a entender a caminhada bíblica até nossos dias. Santo Agostinho nos alerta: a “Palavra de Deus é a adversária de tua vontade até que se torne a causa de tua salvação. Enquanto tu fores teu próprio inimigo, também a Palavra de Deus será tua inimiga. Sê amigo de ti mesmo, então também a Palavra de Deus estará em harmonia contigo” (Agostinho apud Grün, 2008, p. 11). Enfim a Palavra de Deus “é uma lâmpada que resplandece na escuridão até despontar o dia e surgir à estrela da manhã em vossos corações” (2 Pd 1,19).



A LEITURA DAS ESCRITURAS À ÉPOCA DO ANTIGO TESTAMENTO


            Faz-se importante salientar que os povos antigos não escreviam a maioria daquilo que conheciam, assim, a transmissão se dava sempre por vias orais, de pai para filho, se dava de forma dinâmica, respeitando as diversas culturas, mas com semelhanças tipológicas, pois eram transmitidas por pessoas especiais e particulares como sacerdotes, cantores e poetas. Escrever era para alguns poucos, pois era algo caro. No caso da Bíblia seus fatos foram colocados por escrito muito tempo depois de terem acontecido. Nossos irmãos do passado mais do que ler, atualizavam memórias históricas e ao olhar para estas, sentiam a presença divina.
            Sendo assim nesse caminho o grande fato sem sombra de dúvidas foi o Êxodo, e a maioria dos livros do Primeiro Testamento são atualizações deste evento importante. Ele funciona como o eixo do Primeiro Testamento, pois ele é a fonte geradora de todas as futuras experiências que o povo passará. Tal evento é o referencial primordial. No Êxodo percebem-se pessoas simples, humildes, lutando por melhores condições de vida. Nesta luta aparece o rosto de Deus, que caminha com o povo.
            Na realidade de extrema opressão, o povo experimenta o amor de Deus que vem em socorro de sua gente e para isso escolhe a figura de Moisés (Rosa, 2010, p.25). Aqui vale muito lembrar a importante figura de Moisés e o trabalho que desempenhou:

O amantíssimo Deus, buscando e preparando solicitamente a salvação de todo gênero humano, por singular disposição escolheu para Si um povo ao qual confiaria as promessas. Contraída a aliança com Abraão (cf. Gn. 15,18) e através de Moisés com o povo de Israel (cf. Ex 24,8), revelou-se ao seu povo eleito por palavras e ações como único Deus verdadeiro e vivo, de tal forma que Israel pode conhecer por experiência quais os caminhos de Deus para com os homens (DV 184).

Javé torna-se um Deus que toma partido de seu povo e esta será sempre sua marca, um Deus que se antecipa, se revela e se deixa encontrar. Moisés torna-se o grande libertador de seu povo. Toda essa história começou com a ação de Deus e de um homem que foi seu instrumento de libertação (Rosa, 2010, p. 27).
Essa memória foi o que sustentou a época tribal. Neste período têm-se as importantes assembleias que foram realizadas, estas, são narradas por Josué.
            Neste panorama surgem os profetas que denunciavam o que havia acontecido com a chegada da Monarquia. Eles apontavam caminhos e mostravam a referência ao Êxodo. Os profetas foram a memória ambulante do Êxodo, a fim de defender os marginalizados; são eles que recordam a fidelidade e a exigência amável do Deus da Aliança. Segundo Rosa (2010, p. 83): Os profetas tinham a missão de “emprestar sua voz para que o próprio Deus falasse através deles”. Eles mostram que a promessa de Deus, superando as realizações precedentes, vai se cumprir novamente em favor do seu povo. Os profetas são pessoas chamadas para anunciar ao povo e aos reis, palavras de esperança e encorajamento diante das dificuldades, mas também é age como um crítico da realidade (Rosa, 2010, p.84). Assim, caminhou a história de Israel, das promessas aos cumprimentos (Beaude, 1982, p. 74).
            O livro do Deuteronômio, por exemplo, é a mostra dos vários movimentos populares de resistência que surgiram e que vivenciavam a mística do Êxodo. Os levitas registraram seu movimento neste livro. Os levitas eram missionários andarilhos que procuravam manter acesa a chama da memória de YHWH. Foi um grito diante da religião atrelada ao poder dominante. Eles questionavam em favor dos pobres.
Surge também o movimento isaiânico, em torno da memória de Isaías. Muitos se inspiraram em tal movimento, inclusive Jesus e as primeiras comunidades. Ainda houve movimentos ligados a Elias, Amós, Miquéias, aqui sempre se faz uma releitura de textos elaborados anteriormente. Por essa característica de atualizações a Bíblia realmente foi um livro em mutirão, contando a história de muitas pessoas em diversos tempos. Muitos reliam os textos antigos a luz do momento presente: um mesmo texto direcionado a luta contra um povo conquistador, podia ser relido quando a situação era semelhante (Mosconi, 2002, p. 38)
Mas ainda assim houve leituras erradas e quando certa linha fanática foi se impondo houve leituras racistas, machistas e legalistas das Escrituras antigas.
Com esse panorama da leitura dos tempos do Primeiro Testamento, é possível fazer algumas atualizações para nossos dias. Assim como naquele tempo, muitos hoje procuram vivenciar a presença de Deus que se manifesta através dos vários êxodos cotidianos: quantos irmãos nossos que vivem em situações muito difíceis e que conseguem mesmo em meio a tais momentos sentir a presença de Deus. Aos pregadores cabe a missão de mostrar ao povo, os sinais de Deus hoje. Se ele se revelou no Êxodo, ele caminha conosco hoje, mostra sua face entre nós, mas por causa do tempo em que vivemos, muitas vezes somos incapazes de ver o rosto de Deus em nossos irmãos e mais do que isso ser o rosto de Deus para eles.
Não seria hora de novos profetas surgirem a fim de denunciar as injustiças. É claro que temos profetas de nossos tempos que doam a vida em favor de um mundo melhor, mas e nós enquanto cristãos o que fazemos para denunciar e anunciar a vontade de Deus para nossas vidas? Vivemos uma crise onde todos dizem possuir uma palavra de fé, mas poucos vivem as palavras que seus lábios proferem!
Enfim qual a relação que os cristãos atuais têm a ver com o Primeiro Testamento:

Importância do Antigo Testamento para os cristãos
A “economia” do Antigo Testamento destinava-se, sobretudo a preparar, a anunciar proféticamente (cf. Lc 24,44; Jo 5,39; 1Pd 1,10) e a simbolizar com várias figuras (cf. 1 Cor 10,11) o advento de Cristo, redentor universal, e o do reino messiânico. Mas os livros do Antigo Testamento, segundo a condição do gênero humano antes do tempo da salvação estabelecida por Cristo, manifestam a todos o conhecimento de Deus e do homem, e o modo com que Deus justo e misericordioso trata os homens. Tais livros, apesar de conterem também coisas imperfeitas e transitórias, revelam, contudo, a verdadeira pedagogia divina. Por isso, os fieis devem receber com devoção estes livros que exprimem o vivo sentido de Deus, nos quais se encontram sublimes doutrinas a respeito de Deus, uma sabedoria salutar a respeito da vida humana, bem como admiráveis tesouros de preces, nos quais, finalmente, está latente o mistério da nossa salvação (DV 15).

A LEITURA DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS - "A LEITURA DA BÍBLIA FEITA PELOS ESCRIBAS NO TEMPO DE JESUS"





A LEITURA DA BÍBLIA FEITA PELOS ESCRIBAS NO TEMPO DE JESUS


            O primeiro e grande conflito que aconteceu, diz respeito a uma determinada corrente fanática, pois no tempo de Jesus havia um movimento de judeus que fazia referência a memória dos profetas e dos acontecimentos do passado, eram os pobres de YHWH. Mas as relações entre tal grupo e a linha mais dura do Judaísmo não eram nada amigáveis. Nesta época havia muitas sinagogas e os escribas e mestres da lei eram responsáveis pela leitura e a explicação das Escrituras. Os escribas não só ensinavam as escrituras, mas também as copiavam. Eles tinham grande reverência pelos textos do Antigo Testamento, mas essa veneração logo caiu no exagero (Zuch, 1994, p. 32). 
            Vale lembrar que o lugar preferido para a leitura da Torá e dos profetas eram as sinagogas. Com relação a Torá:

A primeira leitura, a da Torá, é de inspiração mosaica: sabemos, aliás, que houve na instituição e organização dessa leitura diversas etapas e Esdras é mencionado por representar uma dessas etapas, uma das mais importantes. A leitura dos profetas, igualmente imemorial, é atestada como incontestável tanto na literatura rabínica como no Novo Testamento (Lc 4, 16-20) (Collin, 1994, p. 21).

Durante o culto a Torá e os profetas eram lidos em hebraico, considerada língua Sagrada. O povo da roça não entendia muito o hebraico, pois falava aramaico e os Judeus da diáspora só sabiam grego ou latim. Na Galileia, depois de cada versículo em hebraico traduzia-se em aramaico, era uma tradução-comentário chamada Targúm, em seguida havia a leitura do Midrash, que era o momento da atualização, em aramaico, das Sagradas Escrituras, e a lei, que originariamente eram os dez mandamentos que foram ampliados em 613 normas, sendo 365 proibições, 248 obrigações e 40 leis sobre o sábado (Mosconi, 2002, p. 40).
Ao longo dos tempos aconteceu a tradução da Torá e dos profetas, a já citada, chamada Targum. Esta é a Escritura traduzida, versículo por versículo, para o grego nas sinagogas do Egito, para o aramaico na Palestina, Síria e Mesopotâmia. Dois membros da comunidade dividiam os papéis um lendo e o outro traduzindo. O Targum grego passou a ser escrito a partir de 300 a.E.C e tomou o nome de Setenta, em conseqüência de uma lenda que o fazia passar por obra de 70 escribas. A obra dos Setenta desenvolveu-se entre os prosélitos da Diáspora que falavam o grego.
            A escritura tornou-se mera lei absoluta e deixou de ser fonte geradora, passando a ser um peso, a lei estava acima da vida. Ao invés de lutar pela vida só se falava em obedecer e observar as leis. Jesus faz a releitura disso com sua vida pública, Jesus foi muito duro com essa interpretação das Escrituras: “se a justiça de vocês não superar a dos doutores da lei e dos fariseus, não entrarão no reino do céu” (Mt 5,20) (Mosconi, 2002, p.40).
Ainda hoje muitos lêem a Bíblia como um livro de imposições meramente legalistas, do tipo pode / não pode, e se esquecem de ver que a Palavra de Deus é viva e eficaz, basta que saibamos utilizá-la como instrumento deixado por Deus para a edificação do gênero humano!
A Igreja sempre se mostrou preocupada com a interpretação da Bíblia, já no ano de 1993, a Pontifícia Comissão Bíblia, lançou um documento intitulado “A interpretação da Bíblia na Igreja”, o qual já demonstrou a importância de tal assunto que foi problema no passado e também em nossos dias, um documento muito rico e que nos ajuda a refletir.
Para ajudar na interpretação da Bíblia vale aqui transcrever um artigo da Constituição Dogmática Dei Verbum:

Como, porém, Deus na Sagrada Escritura falou por meio dos homens e à maneira humana, o intérprete da Sagrada Escritura, para saber o que Ele quis comunicar-nos, deve investigar com atenção o que os hagiógrafos realmente quiseram significar e que aprouve a Deus manifestar por meio das suas palavras.
Para descobrir a intenção dos hagiógrafos, devem ser tidos também em conta, entre outras coisas, os “gêneros literários”. Com efeito, a verdade é proposta e expressa de modos diversos, segundo se trata de gêneros histéricos, proféticos, poéticos ou outros. Importa, além disso, que o intérprete busque o sentido que o hagiógrafo em determinadas circunstâncias, segundo as condições do seu tempo e da sua cultura, pretendeu exprimir e de fato exprimiu servindo se os gêneros literários então usados. Com efeito, para entender retamente o que autor sagrado quis afirmar, deve atender-se convenientemente, quer aos modos nativos de sentir, dizer ou narrar em uso nos tempos do hagiógrafo, quer àqueles que costumavam empregar-se freqüentemente nas relações entre os homens de então.
Mas, como a Sagrada Escritura deve ser lida e interpretada com o mesmo espírito com que foi escrita, não menos atenção se deve dar, na investigação do reto sentido dos textos sagrados, ao contexto e à unidade de toda a Escritura, tendo em conta a Tradição viva de toda a Igreja e a analogia da fé. Cabe aos exegetas trabalhar, de harmonia com estas regras, por entender e expor mais profundamente o sentido da Escritura, para que, mercê deste estudo de algum modo preparatório, amadureça o juízo da Igreja. Com efeito, tudo quanto diz respeito à interpretação da Escritura, está sujeito ao juízo último da Igreja, que tem o divino mandato e o ministério de guardar e interpretar a palavra de Deus (DV 12).

O Sínodo da Palavra em seu número 16 alerta também para a questão da interpretação da Palavra de Deus:

A visão de tantos cristãos que, em comunidade ou individualmente, perscrutam de forma muito tão intensa a Palavra de Deus no Livro Sagrado, é para a Igreja uma preciosa possibilidade de habilitar os fiéis a uma sua correta compreensão e actualização. De certo modo, isso mais se impõe hoje, que se abre um novo confronto entre a Palavra de Deus e as ciências do homem, nomeadamente no âmbito da investigação filosófica, científica e histórica. Reconhece-se a riqueza em termos de verdade e de valores sobre Deus, o homem e as coisas, que provém desse contacto entre Palavra e cultura, como também se propõe um constante confronto sobre problemas inéditos. A razão, portanto, interpela a fé e é por esta instigada a colaborar para uma verdade e vida que sejam conformes à revelação de Deus e às expectativas da humanidade.
Não faltam, porém, também os riscos de uma interpretação arbitrária e redutiva, como é o fundamentalismo: por um lado, pode manifestar o desejo de ser fiéis ao texto, mas, por outro, despreza a própria natureza dos textos, caindo em graves erros e gerando mesmo conflitos inúteis. Outros riscos provêm das leituras “ideológicas” ou simplesmente humanas, sem o suporte da fé (cf. 2Pe 1,19-20; 3,16), que chegam a configurar-se na contraposição e separação entre forma escrita atestada antes de mais na Bíblia, forma viva do anúncio e experiência de vida dos crentes. Torna-se igualmente difícil reconhecer o papel que cabe ao Magistério no serviço da Palavra de Deus, tanto em relação à Bíblia como à Tradição. Em geral, nota-se um fraco ou impreciso conhecimento das regras hermenêuticas relativas à identidade da Palavra, feitas de critérios humanos e revelados, no contexto da Tradição eclesial e em obséquio ao Magistério.

A LEITURA DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS - "AS ESCRITURAS LIDAS E ATUALIZADAS POR JESUS"





AS ESCRITURAS LIDAS E ATUALIZADAS POR JESUS


Desde muito tempo os atos de apreender, de interpretar e de ensinar eram diversos. Na época em que Jesus viveu tal realidade não era diferente no que se referia à doutrina, à Lei, assim como aos Textos Sagrados: havia modos e modos de se ler, ensinar, aprender, rezar e viver o conteúdo presente nos textos da Escritura.
Cada grupo: os pobres, os homens doutos, as mulheres e as famílias, tinham seu jeito exclusivo, comumente pela tradição oral, de transmitir o que assimilaram com o passar dos anos por meio de seus pais. O mesmo pode-se afirmar sobre a pessoa de Jesus (Mosconi, 2002, p. 41).
Jesus de Nazaré trouxe consigo uma possibilidade diferente de se assimilar e interpretar os Escritos Sagrados. Sua vida foi normal, como de qualquer outro judeu. A única divergência dá-se por sua condição de Filho de Deus e de enviado ao mundo para revelar os desígnios do Pai à humanidade.
Acerca dessa semelhança com os homens de seu tempo e sobre sua intervenção neste mundo, Konings assegura, respectivamente, que “Jesus foi um homem do povo” (1999, p. 130) e que sua “atuação segue a linha profética” (1999, p. 131).
O processo de educação pelo qual passou Jesus, além de fundar-se nas experiências do cotidiano (trabalho, doença, pobreza, cultura, religião e Lei) tem sua raiz no desejo do Pai do Céu: “Que todos tenham vida e a tenham abundantemente” (Jo 10,20).
Sua atitude, seu modo de lidar com o povo, de encontrá-lo e de relacionar-se com ele exprimem uma atualidade e um caráter inovador, até então nunca compartido, coerente com sua proposta de amor e libertação. Essa postura era possível graças ao midrash[1] vivencial que norteava sua interpretação da Palavra e das Leis. Ou seja, com seus procedimentos explicava ao povo o significado das escrituras.
Um demonstrativo claro de sua reinterpretação pode ser tomado no Evangelho de Marcos (Mc) 2,27, quando Jesus questiona as autoridades quanto ao sentido originário do Sábado: “O sábado foi feito para o homem e não o homem para o sábado”.
É evidente que tal ensejo do Homem de Nazaré contrariava a convicção e o rigorismo exacerbado dos chefes religiosos de seu tempo. Isso propiciou um confronto forte e tenso entre ambos, cujo fim fez-lo pender ao alto do madeiro. Mosconi ressalta que “Jesus condenou e desmascarou duramente a interpretação legalista e racista das Escrituras” (2002, p. 42).
Diversos grupos de seu tempo como, por exemplo, os Saduceus[2], os Escribas[3], os Zelotas[4] e os Fariseus[5] que, tal como Jesus, tinha certa liberdade em conduzir a Lei. No entanto, a diferença entre eles estava evidente no modo como a praticavam e na maneira como a propunham aos seus seguidores, pois “Jesus a utilizava para a promoção do bem daqueles excluídos de seu tempo: homens, mulheres, crianças, doentes, dentre outros (Gass, 2005, p. 163).
Assim se nota uma nova proposta de interpretação das Escrituras. Jesus é o modelo de verdadeiro intérprete da Palavra do Pai. O que comprova essa afirmação são, essencialmente, as obras realizadas em prol dos mais fracos de seu tempo. Ele sempre partiu da concretude da vida humana. Eis um significativo exemplo de aplicação daquela Palavra que se lê, que se estuda, que se celebra e que norteia o dia a dia dos fiéis, membros de comunidades eclesiais espalhados por várias localidades.
O testemunho de vida é apontado como meio e, ao mesmo tempo, como conseqüência de uma exímia interpretação das Escrituras. O fato de Jesus ter sido contrariado, difamado, perseguido, pois o mesmo ocorre com vários cristãos atualmente, não fez com que deixasse de transformar a vida de tantos homens e mulheres de seu tempo.
Esse aspecto traz em si uma atitude exigente, difícil de ser aceita hoje: realizar a vontade de Deus, pôr em prática sua Palavra com o testemunho e com a vida, mesmo diante das contingências deste mundo, cada vez mais indiferente à mensagem de Jesus. O evangelista Lucas oportuniza um sinal de como ser obedientes aos ensinos do Mestre de Nazaré: “Bem aventurados antes os que ouvem a palavra de Deus e a observam” (Lc 11,28).
Esse é um aspecto. Ele é condizente atualmente com a necessidade de se ter criatividade e de se tentar entender os conflitos, os problemas, as crises à Luz da mensagem Sagrada de Deus numa leitura de fé dessa mensagem aplicada à vida humana num processo de integração.
Por isso, a Pontifícia Comissão Bíblica juntamente com o saudoso Papa João Paulo II, afirmaram no documento nº 134: “a interpretação da Bíblia deve igualmente ter um aspecto de criatividade e afrontar as questões novas, para respondê-las partindo da Bíblia” (1994, p. 111).
Como se afirmou anteriormente, claro que de modo implícito, a vivência da Palavra de Deus a exemplo de Jesus exigirá do fiel um testemunho de vida e uma postura de abertura à conversão do coração. Este é também o desejo de Deus aos homens que, à luz de sua Palavra, buscam iluminar a sociedade onde quer que estejam atuando. Há muito a se fazer para chegar a este ideal.
Convencer-se que a Palavra de Deus é rica e eficaz é o primeiro passo. O segundo é perceber sua ardência dentro dos próprios corações, tal como Jesus fez aos discípulos de Emaús. Eles notaram enquanto caminhavam e lhes era explicada as Escrituras que seus corações ardiam (Lc 24,32).
Por fim, essa é a função da Bíblia: “aquecer os corações, gerar esperanças e fé na caminhada” (Mosconi, 2002, p.44).  


[1]Midrash ou Midraxe: invenção literária derivada de uma investigação profunda dos textos sagrados”. Tal explicação pode ser conferida consultando-se a obra de LIMENTANI, Giacoma. O Midraxe: como os mestres judeus liam e viviam a Bíblia. São Paulo: Paulinas, 1998, p. 17-20; 22-40; e 143.
Do autor também se pode encontrar outra explicação contida na introdução dessa mesma obra acima mencionada: “o termo que deriva da palavra hebraica darash (buscar, investigar) designa um recurso pedagógico, um método interpretativo cujo objeto era preencher as lacunas Bíblicas, reconciliar as aparentes contradições no texto da Torá e reinterpretar as leis à luz das atuais condições históricas (p. 8).
[2] “Organizados no período em que a dinastia hasmonéia estava fortalecida, composto por membros da elite, mantinham o costume de seguir fielmente a Torá e podiam ser considerados ferrenhos opositores a Cristo. Eles tinham um papel fundamental no Templo de acolher as riquezas”. Cf.: SILVA, Andréia C. L. F. A Palestina no Século I d.C. Disponível em: <http://www.ifcs.ufrj.br/frasão/palestina.htm>. Acesso em 9 ago. 2011.
[3] “Antes do cativeiro empregava-se o termo escriba para significar a pessoa que tinha certos cargos no exército e também se chamava escriba, o secretário do rei, constituindo este emprego, junto das pessoas reais; de alta posição (Cf. 2Sm 20, 25; 1Rs 4, 3; 2Rs 12. 10). Em tempos mais modernos na história judaica, os escribas são chamados de intérpretes da lei, pois eram essa uma suas tarefas. No tempo de Jesus, eles foram acusados pelo próprio Cristo de ofuscarem a lei de Deus por causa de sua tradição e por ensinarem ‘doutrinas que são preceitos de homens’ (Cf. Mt 15, 1 – 9)” DICIONÁRIO Bíblico Ecumênico. São Paulo: Editora Didática Paulista, [199?]. p. 163-164.
[4] GASS, I. B. Vida e pregação de Jesus, In: Período grego e vida de Jesus. São Paulo: Paulus / CEBI, vol. 6, 2005, (Col. Uma introdução à Bíblia), p. 168.
[5] “Grupo formado em sua maioria por leigos considerados nacionalistas, eram denominados inclusive diretores espirituais do povo por que este seguia fielmente suas leis”. Quanto a isso averiguar a obra de GASS, I. B. Vida e pregação de Jesus, In: Período grego e vida de Jesus. São Paulo: Paulus / CEBI, 2005. v.6. (Col. Uma introdução à Bíblia), p.162.




A LEITURA DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS - "A LEITURA DAS SAGRADAS ESCRITURAS NAS PRIMEIRAS COMUNIDADES"




A LEITURA DAS SAGRADAS ESCRITURAS NAS PRIMEIRAS COMUNIDADES


            Em seguida à morte de Jesus, os que depositaram nele sua fé foram perturbados pela desesperança. Sua fé parecia esvair-se.
Isso poderia caracterizar, de fato, o fim das primeiras comunidades cristãs. No entanto, o evento Cristo ressuscitado fez com suas forças fossem recobradas. Pode-se dizer que elas ressuscitaram com Cristo (Konings, 1999, p. 40-41).
Aparentemente poderiam estar sonhando. Porém a vitória da vida sobre a morte não é um sonho de homens que estariam fora de si, mas que, na realidade experimentaram o fato concretamente em suas vidas, isso garante Charpentier ao afirmar que “há homens que afirmam não ser um sonho, que experimentaram estar tudo isto realizado em Jesus, que isto transformou suas vidas e continua a nos interpelar” (1983, p. 10).
Foi-lhes devolvida a esperança e a vitalidade. Mas como os primeiros crentes em Jesus mantiveram acesa a chama de sua fé? Tal pergunta parece sem resposta. Ao contrário, é possível vislumbrar um re-erguimento da fé por meio de uma releitura das Escrituras que tenha como ponto de partida o exemplo e a presença de Cristo ressuscitado.
Nesse caso, a ressurreição do mestre torna-se estímulo para a nova interpretação dos fatos da vida. A compreensão de Jesus, ou seja, o entendimento que as comunidades do início do cristianismo tinham acerca do Filho de Deus mudou drástica e positivamente.
As escrituras antigas ajudaram-nas a entender a vida inteira de Jesus (Mosconi, 2002, p. 45). Esta mesma vida torna-se estímulo e confere significado às ações do cotidiano do novo povo de Deus que vai se estruturando e se fortalecendo na fidedignidade ao Evangelho.
 Houve uma verdadeira re-interpretação dos escritos proféticos e de suas mensagens. De modo mais concreto há exemplos. Jesus fora comparado com “a criança” e com o “servo sofredor” apresentado por Isaías[1]. “Nesse caso a imagem da criança e a do servo sofredor podem ser consideradas prefiguração acerca do messias, Filho de Deus, descrita no Novo Testamento, especialmente nos evangelhos” (Schwantes, 2008, p. 103-104).
Por assim ser, esta interpretação só é possível à medida que se toma a pessoa de Jesus, sua vida e seus feitos como referência, como parâmetro para comparações. Esta é uma maneira das comunidades cristãs lançarem olhares esperançosos sobre seus futuro e situação atual.
O objetivo dessas comparações não é repetir os feitos de Jesus na vida das comunidades. Mas seu intuito é de atualizar sua caminhada de fé no, com e a partir do ressuscitado. Elas apenas aplicam a vida de Jesus Cristo ao corriqueiro de suas experiências.
Talvez por isso mesmo os quatro Evangelhos foram compilados. Cada qual a seu modo tentará responder às necessidades das comunidades às quais são dirigidos.
Por conta das dificuldades que passavam, tanto externas, quanto internas exigia-lhes esta postura de reinterpretação. Foi um processo que exigiu tempo, aceitação e reformulações (Konings, 1999, p. 40). Muitas doutrinas chegavam ao mesmo tempo em que a mensagem cristã. Isso punha em risco a fé das primeiras comunidades. Por isso um combate doutrinal era travado.
Nesse intuito Paulo escreve às suas comunidades para advertir-lhes acerca dos falsos mensageiros, aqueles que anunciavam em nome de Cristo, mas não pertenciam verdadeiramente a Ele (Bortolini, 2008, p. 77-78) e anunciavam de modo errante sua Palavra.
Seu desejo com esta defesa era evidenciar a fé em Cristo como base para a vida humana e por isso, não podia ser perdida ou cair no enfraquecimento.
O mesmo vale para as comunidades eclesiais da atualidade. Elas são formadas aos poucos e enfrentam muitas dificuldades semelhantes àquelas que perturbavam os primeiros cristãos. Contudo, a perseverança e a crença em Jesus ressuscitado são fundamentais para o reavivamento da vida comunitária.
Quanto à leitura e interpretação dos Textos Sagrados a mesma recomendação é válida: ler à medida que se realiza um encontro profundo com Jesus de Nazaré.


[1] Isso pode ser conferido nos textos de Is 53,7; 50,6; 52,14; 53,12 e também na em Is 9,5.


A LEITURA DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS - "A LEITURA DA BÍBLIA NOS ANOS 100 A 500 d.C."




A LEITURA DA BÍBLIA NOS ANOS 100 A 500 d.C.


Temos um novo período de desafios dentro da história do cristianismo, dentro do Império Romano o que facilitará essa evolução foi à evolução dos meios de transporte, seja por terra ou por mar, essa evolução trouxe alguns problemas e desafios para o nascente cristianismo, os que aderiam à vida cristã carregavam em si marcas e experiências do passado, com isso surgem algumas correntes dentro do cristianismo.
            Alguns chegaram até a reduzir Jesus a um ser misterioso, celestial desencarnado, mediante essa realidade a palavra de Deus foi um grande auxílio protetor para a comunidade cristã nascente.
            Neste ambiente de grande desafio surge um homem chamado Marcião que vendeu seus bens e os doou à Igreja, logo conseguira grande aceitação dentro do cristianismo, porém aos poucos foi renegando o Antigo Testamento, dizendo que o Deus presente ali era o deus do mal, então só Jesus era o Deus do bem, é o chamado “gnosticismo” de Marcião,[1] ele só valorizava o Evangelho segundo Lucas e as cartas de Paulo, menos as cartas pastorais e a dos hebreus, essas idéias tiveram certa difusão e causaram muita confusão na cabeça do povo.
            Mediante essas realidades as comunidades cristãs, lideradas por Justino e pelo bispo Irineu, começaram a tomar providências. Em um primeiro momento definiu-se a lista dos livros canônicos e sagrados, depois de muitos debates se chegou a um resultado: os livros que não entraram na lista foram chamados de Apócrifos.
            Os anos 100-300 foram marcados por grandes perseguições contra os cristãos por parte do Império Romano, porém no ano 313, acontece o edito de Milão que dá liberdade de culto ao cristianismo, um grande avanço para as comunidades nascentes:

Assim, depois de um período de dificuldades para a Igreja nascente, acrescentando as perseguições às comunidades, temos a contribuição fortificante da exegese bíblica, complementada pelo reconhecimento do Cristianismo como religião oficial do Império Romano em 313. Nesse ambiente, com o protagonismo dos Padres, a leitura da Bíblia foi orientada por duas tendências hermenêuticas bastante diversas, polarizadas em torno de dois centros cristãos, que receberam o nome de Escola Exegética e Alexandria e Escola Exegética de Antioquia (Terra, 1988, p. 72).


1.6.1        Escola bíblica de Alexandria no Egito


            Alexandria foi uma das cidades de grande importância para esse período, com sua população na maioria de origem grega, marcada pela cultura grega, uma cidade considerada grande centro cultural e de grandes estudos filosóficos, aí havia grandes escolas de crítica textual, com elas o Cristianismo pôde buscar uma grande aproximação com a cultura grega, realizando com isso uma melhor interpretação bíblica, ajudando a responder os desafios da época, por exemplo, havia muitos ainda que desprezavam o Antigo Testamento,vendo-o apenas como simbólico.
            Os seguidores da Escola de Alexandria estavam preocupados com o modo que liam a Sagrada escritura, eles liam-na como pastores e não como estudiosos afastados do povo.
            Têm-se grandes personagens nesta escola que muito contribuíram para a leitura da Palavra de Deus, tais como: Orígenes, com ele se chega a certa perfeição os avanços exegéticos e a teoria da interpretação de Clemente, convertendo a hermenêutica bíblica em verdadeira ciência; além de Eusébio de Cesaréia, Gregório de Nissa, Gregório de Nazianzo e Basílio, tendo Cirilo como o último dos grandes representantes.
            A escola de Alexandria nos mostra a necessidade de nos preocuparmos em ligar a Palavra de Deus com a Vida, tendo a leitura espiritual para alimentar a fé e a caridade dos cristãos.


A Escola bíblica de Antioquia na Síria


Em outra grande cidade do Império Romano que se localizava na Síria, nasceu uma das melhores comunidades cristãs, nela seus membros foram chamados pela primeira vez de cristãos, os autores dessa escola diziam que só se poderia tirar mensagem da Palavra de Deus a partir daquilo que está escrito, a verdade dos fatos somente seria encontrada a partir de como estava escrito.
Escola representada por Luciano de Samósata e Diodoro de Tarso, seu verdadeiro fundador. Estes são seguidos por Teodoro de Mopsuéstia, João Crisóstomo e Jerônimo.
Teodoro talvez tenha sido uns dos grandes ilustres dessa escola “Nele é característica a sobriedade com que aplica a abertura típica do sentido literal” (Artola, 1996, p. 241). Ele, porém reduziu muito o sentido messiânico dos textos do Antigo testamento.
Outro grande expoente deste período é São João Crisóstomo, grande pregador e moralista, o qual comentou um bom número de livros da Bíblia, procurando salientar as lições da vida prática desde que não estivessem em desacordo com o literal (o que o texto dissesse).
São Jerônimo é considerado como o pai da exegese bíblica, falava e escrevia em hebraico, aramaico, grego. Fez muitos estudos de crítica textual até chegar o mais perto possível do texto original. Sem dúvida São Jerônimo foi o maior exegeta dos tempos antigos. Seus estudos bíblicos marcaram profundamente a exegese e a vida da Igreja católica até a época moderna (Mosconi, 1996, p. 52).
A escola de Alexandria nos mostra o cuidado que se deve ter com o sentido alegórico da Palavra de Deus, porém faz-se necessário tomar cuidado para não se querer levar a palavra de Deus ao pé da letra, sem uma reflexão madura.


[1] O Núcleo de sua doutrina teológica era a proclamação da redenção operadora por Jesus Cristo pela misericórdia de Deus Pai. Constatando que o AT não apresentava os traços de misericórdia do Deus anunciado por Jesus, distinguiu então o Deus benévolo e Pai de Jesus, que salva livremente e por amor, do Deus vingador e iroso do AT, Senhor deste mundo. Radicalizou a oposição paulina entre a Justiça da Lei e a graça do evangelho, a ponto de distinguir duas divindades, o Deus criador que carregou o homem decaído com o jugo da Lei, e o Deus bom, compassivo, que enviou Jesus para libertar o homem do jugo da Lei. Jesus é morto justamente pelo Deus justo, vingador do Antigo Testamento (Frangiotti, 2007, p. 43).



A LEITURA DA BÍBLIA AO LONGO DOS SÉCULOS - "LIÇÕES DA LEITURA BÍBLICA DOS PADRES DA IGREJA"





LIÇÕES DA LEITURA BÍBLICA DOS PADRES DA IGREJA


Pode-se afirmar que os padres da Igreja eram homens que procuravam meditar e atualizar a Sagrada Escritura. Tendo em vista a missão de verdadeiros pastores, se preocupavam com seus destinatários, especialmente os mais pobres. “Era uma leitura atualizada e corajosa, eclesial e orante” (Mosconi, 1996, p. 52). Para além da intelectualidade, estavam cientes da necessidade do testemunho, por isso se dirigiam à Bíblia com humildade a fim de que a Palavra de Deus alcançasse seu objetivo. “A base de reflexão de fé dos Padres é a palavra de Deus; como ela se insere na vida e na história” (Bogaz, 2008, p. 31). Nesse período têm-se três formas de leitura bíblica:


Leitura a partir dos pobres


Alguns padres da Igreja se utilizam das passagens bíblicas retomando-as e inserindo-as na realidade que envolve a pobreza manifestando à solidariedade para com os pobres. Tem-se como exemplo: Santo Ambrósio, São João Crisóstomo, São Jerônimo, São Basílio, São Gregório de Nissa e Clemente de Alexandria que difundiram suas reflexões bíblicas em favor dos pobres.
“Os primeiros que têm direito ao anúncio do Evangelho são precisamente os pobres, necessitados não só de pão, mas também de palavras de vida” (VD 107).  Segundo Konings (2011, p. 110): “Os próprios pobres são agentes de evangelização. Jesus os chama bem aventurados, “porque deles é o Reino dos Céus” (Mt 5,3).
Para os Santos Padres mais gritante do que as necessidades dos pobres, “é a diferença entre a miséria dos pobres e o luxo dos ricos. Assim, ver os pobres na penúria e os ricos em fartos banquetes  é revoltante” (Bogaz, 2008, p. 150).



Leitura eclesial


      Nos primeiros séculos surge uma significativa proliferação de seitas que se referiam ao cristianismo. Várias Igrejas locais também viviam em tensões na interpretação das Escrituras. Partindo deste s fatos os Santos Padres elaboram uma leitura eclesial da Bíblia, combatendo certas leituras individualistas e desligadas da comunhão eclesial (Mosconi, 1996, p. 54). A aproximação com os detentores do poder fez com que o clero passasse de uma leitura eclesial para uma leitura eclesiástica da Bíblia: uma leitura fechada, voltada para problemas burocráticos da Igreja.

O lugar originário da interpretação da Escritura é a vida da Igreja. A referência eclesial não é um critério extrínseco, mas provém da própria realidade das Escrituras, formadas no ambiente vital das tradições de fé das comunidades. Devendo a S. Escritura ser lida com o mesmo Espírito com que foi escrita (DV 12), é preciso que os teólogos e o Povo de Deus se aproximem dela por aquilo que realmente é: Palavra de Deus (1Ts 2,13), a qual se comunica através de palavras humanas (Konings, 2011, p. 92-93).


Leitura orante


      Os Padres da Igreja praticaram e recomendaram a leitura da Sagrada Escritura como alimento para a fé, esperança e o amor. Advertiam para que a Bíblia não fosse somente lida, mas rezada. A leitura e a oração com a Palavra de Deus estão intimamente ligadas. Ela precisa ser ouvida, meditada, rezada e encarnada. “A lectio divina é uma leitura, individual ou comunitária, de uma passagem mais ou menos longa da Escritura acolhida como Palavra de Deus e que se desenvolve sob a moção do Espírito em meditação, oração e contemplação” (João Paulo II, 1994, p. 150).
A leitura orante possibilita uma profunda experiência de Deus. Trata-se de uma leitura de cunho mais existencial que racional. Como incentivadores da leitura orante pode-se citar: São Irineu de Lião, Gregório de Nissa, Clemente de Alexandria dentre tantos outros (Mosconi, 1996, p. 55). A postura dos Padres da Igreja deve levar a uma iniciativa de maior atenção e adesão ao que Deus propõe em sua Palavra.



 CONCLUSÃO


Vimos ao longo do presente texto como era realizada a leitura da Palavra de Deus ao longo dos séculos, começando pelo Antigo Testamento até o ano 500 d.C.
A Sagrada Escritura foi o texto utilizado por toda humanidade deste os primórdios servindo de ligação entre o humano e o divino.
No Antigo testamento destacaram-se alguns pontos essenciais para se compreender a leitura da Palavra de Deus, foi possível perceber que a tradição chegou até nós primeiramente por via oral - passado de geração em geração e em seguida foi colocada por escrito. O povo de Deus via nos fatos transmitidos a presença de Deus. Apresentou-se também que o povo de Deus via a Sagrada Escritura, por meio do Êxodo. A leitura feita pelos escribas no tempo de Jesus evidencia que estes oprimiam o povo mediante a lei.
Em seguida foi apresentado que o Messias é o grande anunciador do Deus- misericórdia, atualizando e apresentando o verdadeiro projeto do Pai, por isso ele foi condenado a Morte. Após a Morte de Jesus os anunciadores da Palavra foram os discípulos e as primeiras comunidades.
Temos também como grandes contribuintes da Palavra de Deus a Escola de Alexandria, que utilizava de alegorias na compreensão da Palavra, e a Escola de Antioquia, que fazia uma interpretação no sentido literal, além da valiosa interpretação dos Santos Padres da Igreja.
Sendo assim a Palavra de Deus é um livro escrito pelo povo e do povo feito por várias mãos acompanhando os sofrimentos e as alegrias do povo de Deus. A Sagrada Escritura ainda hoje é de muita importância para a humanidade e respeitada pela humanidade, pois ela reflete a história de um povo que sofre, mas que acima de tudo têm esperança e sabe que Deus caminha junto dele. Enfim o presente trabalho nos ensina que para que chegassem até nós as Sagradas Escrituras, um longo processo foi necessário. Cabe a nós hoje utilizarmos de modo correto o texto inspirado que chegou até nossos dias. Ao povo a Palavra de Deus é alimento, a nós proclamadores desta Palavra cabe o zelo, fazendo assim com que as pessoas possam se alimentar com o pão da Palavra.



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS


1) OBRAS

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BENTO XVI, Papa. Exortação Apostólica Pós-Sinodal Verbum Domini. Sobre a Palavra de Deus na Vida e na Missão da Igreja. São Paulo: Paulinas, 2010.
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BOGAZ, A. S. Patrística: caminhos da tradição cristã. São Paulo: Paulus, 2008.
BORTOLINI, J. Introdução a Paulo e suas Cartas. 4. ed. São Paulo: Paulus, 2008.
CHARPENTIER, E. Cristo Ressuscitou. 2. ed. São Paulo: Paulus, 1983.
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CONCÍLIO VATICANO II. Constituição Dei Verbum. Sobre a Revelação Divina. São Paulo: Paulinas, 1966.
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GASS, I. B. Vida e pregação de Jesus. In: Período grego e vida de Jesus. São Paulo: Paulus / CEBI, 2005. V. 6. (Col. Uma introdução à Bíblia).
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______. A Palavra se fez livro. São Paulo: Loyola, 1999.
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LIMENTANI, G. O Midraxe: como os mestres judeus liam e viviam a Bíblia. São Paulo: Paulinas, 1998.
MOSCONI, Luis. Para uma leitura fiel da Bíblia. 3º ed. São Paulo: Loyola, 2002.   
ROSA, Pe. Dirlei Abércio da. Projeto do Pai. São Paulo: Paulus, 2010
SCHWANTES, M. Da vocação à provação: estudos e interpretação em Isaías 6-9 no contexto literário de Isaías 1-12. 2. ed. São Paulo: Oikos, 2008.
ZUCH, Roy B. Interpretação Bíblica. Meios de descobrir a verdade da Bíblia. São Paulo: Vida Nova, 1994.

2) FONTE ELETRÔNICA:

SILVA, Andréia C. L. F. A Palestina no Século I d.C. Disponível em: <http://www.ifcs.ufrj.br/frasão/palestina.htm>. Acesso em 9 ago. 2011.


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