09 março 2011

O TEMPO DA QUARESMA

Estamos  iniciando um novo tempo. É um tempo que nos direciona para a Páscoa. “A liturgia quaresmal prepara para a celebração do mistério pascal tanto dos catecúmenos, fazendo-os passar pelos diversos degraus da iniciação cristã, como os fiéis que recordam o próprio Batismo e fazem penitência” (IGMR, 27). 


A Quaresma faz memória do Cristo, em seus quarenta dias pelo deserto, revivendo, na própria experiência, os quarenta anos do povo de Deus também no deserto. Com Ele subimos a Jerusalém, percorremos o caminho da cruz, passamos pela morte até chegarmos à nova vida, dom do Pai, pelo Espírito.

A Quaresma é o “tempo favorável” para a redescoberta e o aprofundamento do autêntico discípulo de Cristo. É espaço para um novo nascimento. Neste tempo, somos chamado a assumir a penitência como método de conversão e unificação interior, como caminho pessoal e comunitário de libertação pascal. É necessário fazer da Quaresma um momento propício para a avaliação de nossas opões de vida e linhas de trabalho, para corrigir os erros e aprofundar a dimensão ética da fé, abrindo-nos aos outros e realizando ações concretas de solidariedade. É tempo forte de escuta da Palavra, pois, através dela vamos conhecer os desejos de Deus e praticar a sua vontade.

A Quaresma é tempo de renovação espiritual, uma espécie de retiro pascal estruturado no trinômio: oração, jejum e esmola (solidariedade, misericórdia). “O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe. Oração, misericórdia, jejum: três coisas que são uma só e se vivificam reciprocamente” (Pedro Crisólogo, século IV).

O jejum, como disciplina que conduz à liberdade; a oração, sinal de nosso desejo de Deus e da unificação do coração; a esmola, traduzida em solidariedade. Este ano, num mutirão fraternal, somos provocados a defender a vida, especialmente vida da criação, como nos propõe a Campanha da Fraternidade. Uniremos não só nossas vozes, mas também nossas forças, energias, ações e iniciativas, na escolha da vida, transformando a nossa fé em caridade. Trilharemos esse caminho, como discípulos(as) missionários(as) fiéis, seguindo os passos de Jesus. Este vence as tentações do diabo, revela-nos, mediante a transfiguração, que pela paixão e cruz chegará à glória da ressurreição e nos ensina a repensar o sim pessoal da fé, num encontro profundo com ele, a exemplo da mulher samaritana, que recebe dele a salvação, do cego de nascença, que começa a ver, e do amigo Lázaro, que é ressuscitado.

CNBB. No momento favorável, eu te ouvi, e no dia da salvação eu te socorri. Roteiros homiléticos da Quaresma, Ano A. São Paulo: Paulus, Paulinas, 2008. [Projeto Nacional de Evangelização Queremos ver Jesus, Caminho, Verdade e Vida]. 

 
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