26 março 2011

Catequese: fonte de Vida



Caríssimos catequistas e povo de Deus, seguidores que anunciam e anunciadores que seguem a Jesus, Água Viva.

O texto do Evangelho do 3º domingo da Quaresma (Jo 4,5-42) apresenta para todos nós este ensinamento tão bonito de Jesus que se autorrevela à Samaritana ao lado do poço de Jacó.

O poço de Jacó, além de um lugar geográfico, possui também um significado teológico muito profundo e bonito. Neste poço, vários encontros significativos aconteceram na história do povo de Israel. Ao lado deste poço, o servo de Abraão encontra Rebeca, futura esposa de Isaac (Gn 24,13ss); Jacó se encontra com Raquel, sua futura esposa (Gn 29,1-14); Moisés se encontra com Séfora, filha de Jetro e sua futura esposa (Ex 2,16-21). Estes encontros foram tão importantes e significativos que lidos em uma dimensão teológica é possível concluirmos que foram decisivos para a continuidade familiar do povo de Deus.

Neste mesmo poço, Jesus se deixa encontrar pela Samaritana, símbolo de todo um povo e que também esperava o Messias, mesmo com pouco discernimento a este respeito. A hora do encontro também é muito sugestiva, meio dia, a hora mais quente do dia. O momento em que o ser humano, biologicamente falando, sente mais sede. Neste momento, Jesus, a Fonte Viva de Deus, aproxima-se para saciar a sede do ser humano.

Jesus é um excelente catequista. Aproxima-se na hora mais clara do dia, ou seja, seu ministério não possui ambiguidades e nem medos. A procura de Jesus pelo ser humano se dá no calor mais crítico do dia, no momento de sua sede mais intensa. De princípio, não oferece nada, mas pede água, um jeito especial para estabelecer um diálogo. Jesus aqui, mais do que sede física, parece que está com sede do ser humano. Esta atitude de Jesus consiste em um ensinamento muito importante para nós catequistas. Ter sede de nossos irmãos para levá-los a Deus. Termos a ousadia de chegar, escutar, conhecer, ver, sentir, para só depois realizarmos a nossa ação catequética.

A sede de Jesus pelo ser humano desprende-o dos preconceitos de raça, sexo, credo religioso. O centro de sua ação evangelizadora é o ser humano. Assim como a água é indispensável para a nossa vida física, nossa ação evangelizadora também deve ser relevante para os nossos catequizandos. Nossa ação evangelizadora deve fazer a diferença em nossas comunidades de fé e levar catequizandos, jovens, famílias a desejarem permanentemente beber desta água viva que é Jesus.

Todos nós catequistas e agentes de pastorais devemos nos banhar nesta fonte viva e cristalina que é Jesus. Deixarmo-nos abastecer por este jeito especial de evangelizar de Jesus. Assim, abastecidos, teremos condições de motivar nossos catequizandos e membros de nossas comunidades a se tornarem também evangelizadores à moda da Samaritana, que uma vez evangelizada, torna-se evangelizadora e faz isso com muito empenho e determinação, comovendo a todos que a escutavam. Muitos que a ouviram falar desejaram ardentemente ver Jesus e tornarem-se seus discípulos.

Estimados catequistas, bebam sempre desta Água Viva, que é Jesus, na Palavra, na Eucaristia e na pessoa dos irmãos e irmãs. Felicidades a todos vocês, um fraterno abraço, que Deus os abençoe e contem sempre com minhas orações.


Pe. Francisco Carlos Neto
Assessor Arquidiocesano de Catequese

 
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